Como o conteúdo chegará até o consumidor? A pergunta pode parecer simples, mas sua resposta é o foco de grandes veículos de comunicação. “Na era digital, é necessário aliar a qualidade, inovação e um relacionamento profundo com os usuários para obter grandes resultados”, enfatiza Ankur Thakkar, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Quartz, um veículo nativo digital especializado em negócios.
Na palestra “Quartz: criando um vínculo duradouro com os leitores mais fiéis”, mediada pela diretora executiva do Civil Media Foundation, Vivian Schiller, Thakkar destacou que a meta é produzir um jornalismo global, mesmo que a organização esteja sediada nos Estados Unidos. Para isso, o conteúdo deve estar integrado às tendências mundiais que circulam na internet e em cada nicho de mercado. A questão é: como produzir conteúdo para um grande público, que tem diferentes demandas? A chave está na forma como o conteúdo é distribuído, destaca Thakkar.
Receita de pão e ‘bot’
O modo de fazer jornalismo do Quartz é baseado na criatividade e na interação, feita de forma direta com o consumidor. Os recursos utilizados para isso são amplos: vão de sites interativos com design inovador até chats, em que o leitor interage com bots para receber variados conteúdos. Neste último modelo, Thakkar explica que a ideia era iniciar uma conversa online com cada usuário, em uma linguagem típica de internet. Após alguns minutos de conversa, o bot pedia que o usuário tentasse fazer pão. Foi enviada a lista de ingredientes e o passo a passo da receita. Os usuários toparam a ideia, cozinharam pães e mandaram fotos dos resultados. Para o Quartz, a estratégia inusitada funcionou e aprofundou o relacionamento do veículo com o consumidor.
A marca do Quartz é a inovação, e uma de suas marcas é o uso de storytelling para construir um conteúdo atrativo. Mas isso não basta. Respeitar o tempo do usuário também é é uma prioridade. Newsletter personalizadas com GIF´s, animações e linguagem dinâmica são enviadas para todos os leitores. E, à medida em que o usuário interage com o conteúdo, novas informações aparecem na tela e captam a atenção. Essas estratégias aumentam o tempo de leitura em relação aos conteúdos tradicionais.
Outro diferencial na forma de fazer jornalismo é não ter a preocupação de errar. Quando uma estratégia não dá certo, simplesmente se descarta, e outro projeto é iniciado. A metodologia “tentativa e erro” agilizou os resultados - o que não dava certo era descartado e, rapidamente, substituído por outro.
Compartilhamento é a chave
“Mas como o público chega ao conteúdo do Quartz?”, questionou Vivian Schiller. Thakkar explica que o foco está em criar conteúdo com potencial para viralizarem e serem disseminados pelos próprios internautas. Ou seja, as informações são veiculadas com a meta de serem compartilhadas entre pessoas com os mesmos perfis, gostos e personalidades. Dessa forma, se atinge massivamente muitos usuários com perfis totalmente diferentes.
Segundo Thankkar, o Quartz tem pretensões de expandir a rede de usuários, captar novos mercados e integrar seus conteúdos em diferentes plataformas. A forma única de veicular informações customizadas em tempo real para cada cliente é o que caracteriza o jornalismo nas mídias digitais da empresa. O objetivo é conseguir ter, nos próximos anos, uma receita anual baseada em mais assinaturas. A publicidade seria somente os outros 50% da receita.
Texto: Luísa Mattos / Fotos: Adriana Lorete
#Colabora realiza a cobertura dos painéis e conferências de Digital Media LATAM